Antigamente, partia-se do princípio que as empresas de mil milhões de dólares exigiam equipas vastas e grandes financiamentos. A Inteligência Artificial (IA) está a mudar o jogo e as ferramentas tecnológicas em ascensão podem agora produzir empresas viáveis a partir de uma só pessoa.
Esta é a premissa da nova obra de Tim Cortinovis, intitulado ‘Single-Handed Unicorn: How to Solo Build a Billion-Dollar Company’. Numa entrevista publicada na Fobres, o autor afirma: «Já não precisamos de uma equipa a tempo inteiro – apenas do problema certo para resolver e da combinação certa de ferramentas de IA e freelancers».
A verdadeira questão não é se um CEO a solo pode construir uma empresa unicórnio (negócio avaliado em mil milhões de dólares), mas sim, quem será o primeiro a fazê-lo.
Tirar o máximo proveito da tecnologia
Atingir o marco dos mil milhões de dólares exige uma abordagem estratégica, combinando tecnologia com redes e parcerias fortes. Os fundadores que tiram partido da IA entram em novos mercados e perturbam as indústrias podem transformar empreendimentos individuais em empresas de elevado impacto e escaláveis. Esta mudança marca uma nova era de redefinição do sucesso empresarial no mundo digital.
Atualmente, os empresários em nome individual podem tirar partido de ferramentas inovadoras para criar, comercializar e expandir as suas empresas com recursos mínimos. Plataformas como o Bubble democratizam o desenvolvimento de software, permitindo que empreendedores com pouco contacto com programação criem aplicações web com uma simples interface de arrastar e largar. Entretanto, ferramentas alimentadas por IA, como a AdCreative.ai, geram materiais de marketing de alta conversão, dando às startups uma vantagem na publicidade digital.
Para além da automatização, a IA também serve como parceiro estratégico. Os empresários podem recorrer a ferramentas como o ChatGPT para fazer brainstorming, resolver problemas ou até mesmo aperfeiçoar a comunicação com o cliente. No entanto, como sugere o estratega de IA de Cortinovis, a tecnologia não deve ser o ponto de partida – trata-se de identificar primeiro os desafios e depois aplicar as ferramentas certas para os resolver.
Sentido de comunidade e automação
Embora a IA capacite os fundadores a solo, a ligação humana continua a ser essencial. Os empreendedores deste tipo de empresas lutam frequentemente com o isolamento, incapazes de discutir abertamente os desafios dentro das suas organizações. Grupos de mastermind como o Vistage e YPO fornecem um espaço confidencial onde CEOs e empreendedores trocam ideias, promovendo o crescimento pessoal e profissional.
Adicionalmente, comunidades de fundadores como a IITK e a Accel já estão a debater e a colaborar para transformar este meio. Estas comunidades funcionam como focos de inovação, onde indivíduos com os mesmos interesses se reúnem para trocar ideias, partilhar recursos e promover uma cultura de empreendedorismo.
A expansão de um destes negócios orientados para a IA requer o aproveitamento da automação, da terceirização e da rede estratégica. Os fundadores podem simplificar as operações com ferramentas de IA como o ChatGPT e o Gemini para otimizar a criação de conteúdos, as interações com os clientes e a tomada de decisões. Ao terceirizar tarefas não essenciais, eles podem concentrar-se na inovação e expansão.
À medida que estas empresas crescem para além dos 10 milhões de dólares, a automação torna-se crucial para a eficiência e a rentabilidade. As soluções alimentadas por IA, como o GitHub Copilot, aceleram o desenvolvimento, enquanto as ferramentas de edição de vídeo melhoradas por IA impulsionam a produção de conteúdos, promovendo o envolvimento e escalando as operações.
O próprio Diretor Executivo da OpenAI, Sam Altman, afirmou numa entrevista que estamos muito perto de «ver empresas de 10 pessoas com avaliações de milhares de milhões de dólares». «Num pequeno chat com os meus amigos Diretores Executivos de tecnologia, há uma aposta para o primeiro ano em que haverá uma empresa de mil milhões de dólares com uma só pessoa, o que seria inimaginável sem a IA», afirmou.
O local de trabalho está a mudar – a dinâmica tradicional dos escritórios está a ser substituída por redes digitais e pela resolução de problemas através de IA.


