Águas deste março:
- Por cá, março foi mês de baixa política. Com o mundo em fogo, os nossos políticos andaram a brincar com o fogo. Depois queixem-se que o povo não confia nos partidos.
- O comentário sobre o dress code de Zelensky durante a armadilha na sala oval é uma das obscenidades morais do ano.
- Os americanos apresentaram na ONU uma resolução sopre a Ucrânia. Os europeus apresentaram outra. Os EUA acabaram a votar ao lado da Coreia do Norte, Rússia, Bielorússia, Níger, Haiti e Hungria. Belas companhias.
- Duas interrogações: o que terão sentido os representantes americanos enquanto votavam? Vergonha? E já agora: não seria tempo de os húngaros pensarem sair da UE para se juntarem à Federação Russa, de que, pelos vistos, se sentem mais próximos?
- O Sr Trump prometeu acabar a guerra num ápice. Não acabou. Agora diz que estava a ser sarcástico. Parece mais que anda a ser enrolado por um ex-KGB chamado Putin.
- Os EUA são um país com muitos inimigos. O sr. Trump tem andado ocupado a transformar os amigos em novos inimigos.
- O pianista András Schiff cancelou os seus concertos nos EUA em protesto. Creio que não será o último.
- Na Turquia foi detido Ekrem Imamoglu. O regime de Erdogan acusa-o de corrupção e auxílio a um grupo terrorista. Mais uma democracia que se esvai…
- Passa este ano o 25º aniversário da adoção pela BP do moto Beyond Petroleum. Ironicamente este é o ano que marca um “fundamental reset” da companhia, um regresso aos combustíveis fósseis. Pouco admirável mundo novo ou como diria o presidente dos EUA, drill baby drill…
- Partiu José António Saraiva, um nome que marcou o jornalismo nacional e alguém que pensava pela sua cabeça. RIP.
- Por vezes, um título vale por mil palavras: “Um Parlamento para lamentar”, escreveu Manuel Carvalho no Público. Nem mais…
- Já é um clássico deste resumo mensal: Bubasair Saitiev, tricampeão olímpico, caiu de uma janela em Moscovo.
- Novo álbum de um dos heróis musicais cá da casa: Edwyn Collins, o líder dos fundamentais Orange Juice. Chama-se Nation shall speak unto nation. E há um novo, bom, Panda Bear.