A inteligência artificial é hoje um fator incontornável na gestão de pessoas. Mas, para Catarina Graça, People & Culture Executive Director da Claranet Portugal, a liderança do futuro não se faz escolhendo entre tecnologia e humanidade — faz-se na interseção das duas. «Liderar pessoas na era da IA é exatamente isto: tirar o melhor das sinergias entre a inteligência artificial e a inteligência humana», afirmou, na Leadership Summit Portugal.
A gestora confessou que sempre pensou o seu percurso em dois caminhos paralelos — tecnologia e gestão de pessoas — mas hoje vê-os convergir. «Acho que não podia ter tido melhor preparação para os desafios da liderança atual.»

Experiência do colaborador personalizada: menos burocracia, mais tempo para pessoas
Na Claranet, explicou, esta integração traduz-se em práticas concretas que procuram equilibrar eficiência tecnológica e proximidade humana. A experiência do colaborador tem sido uma prioridade, com o objetivo de eliminar processos morosos, libertar tempo às lideranças e personalizar o percurso de cada profissional. «One size does not fit all», lembra Catarina Graça.
A personalização inclui feedback contínuo, percursos de desenvolvimento adaptados e maior autonomia no trabalho. O digital existe para simplificar — nunca para substituir a relação humana.
Dashboards, dados e IA estão ao serviço da liderança
Hoje, os Recursos Humanos só têm voz estratégica se apresentarem dados. «Se queremos estar à mesa das decisões, temos de levar números, tendências e alertas.» Dashboards, analytics e inteligência artificial são agora ferramentas essenciais para prever rotas, ajustar estratégias e tomar decisões com impacto.
No recrutamento, a IA já está a ser usada para automatizar relatórios de entrevistas e criar correspondência entre perfis e oportunidades. «A inteligência artificial pode dar um salto gigante neste processo.»
Ainda assim, apesar da automação, Catarina Graça reforça a importância do contacto presencial. «As pessoas têm de querer vir ao escritório.» Na Claranet, o espaço físico é visto como lugar de colaboração, inovação, criatividade e laços humanos. A empresa mantém políticas de flexibilidade e bem-estar, mas aposta em momentos de convivência: diálogo, feedback e comunicação transparente.
Nada disto pode viver só de ferramentas. Tem de haver sempre uma leitura humana.
Liderar quatro gerações em simultâneo exige empatia e adaptação
Um dos desafios mais complexos da liderança atual é a gestão de equipas multigeracionais. Catarina Graça descreve quatro perfis diferentes:
- Baby boomers: desconfortáveis com a liderança à distância;
- Geração X: em luta constante pelo equilíbrio entre trabalho e família;
- Millennials: querem feedback rápido, flexibilidade e propósito;
- Geração Z: questiona o papel da empresa — «Por que tenho de ir ao escritório?»
No meio de tudo isto, há uma pergunta que se impõe: poderá a IA substituir os líderes? Para a gestora, este não é sequer o verdadeiro dilema. «O mais importante não é se a inteligência artificial nos vai substituir, mas se nós, líderes, vamos ser capazes de nos reinventar.»
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Catarina Graça – Humanidade Aumentada: Nova Linguagem da Liderança
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