“Time’s Up – será que ainda vamos a tempo?
Vamos sempre a tempo! Temos de iniciar, definitivamente! A tendência da reutilização está cada vez mais imposta pela indústria, moda e sociedade. Em pouco tempo, a reciclagem e reutilização deixarão de ser “moda” e passarão a ser conceitos vulgares. Quem estiver fora desses conceitos, estará desatualizado. Nós já iniciamos este projeto em 2020 e está estabelecido a 100% para se iniciar com qualquer marca que cumpra os requisitos mínimos.”
Maria Sá, CEO da Lurdes Sampaio
Por ano são desperdiçadas 48 milhões de toneladas de roupa em todo o Mundo, 25% são recolhidas e menos de 1% dá origem a novas peças de roupa. A nível europeu são poucas as propostas que deem uma saída para o problema do desperdício têxtil, quando muitas marcas não sabem o que fazer aos stocks de tecidos, de peças e o desperdício que criam ao produzir essas peças de confeção.
Recutex, Fiavit e a Lurdes Sampaio são as três empresas de Vila Nova de Famalicão, que se juntaram para transformar vestuário em fim de vida, e sobras da confeção, em novas fibras e com isso produzir novas roupas. O projeto Rfive, criado para antecipar as normas da reciclagem têxtil impostas pela União Europeia, a partir de 2025, tem como base os cincos princípios basilares da economia circular: reduzir, reutilizar, reciclar, renovar e restaurar. E já permitiu demonstrar a redução de 90% na emissão de gases com efeito de estufa, uma poupança energética de 70% e um consumo de água de quase 0%.
O processo inicia-se com a recolha dos resíduos têxteis, que são selecionados, separados e preparados para se seguir a fiação do algodão reciclado e a produção da malha. A Recutex é a responsável pela reciclagem das fibras têxteis, a Fiavit usa as fibras para produzir fio e a Lurdes Sampaio utiliza o fio, que tem uma elevada percentagem de fibras recicladas, para produzir novas malhas, inseridas nas suas coleções e apresentadas a clientes e marcas a nível global. Em função do volume de negócio, o cliente pode contribuir para ter um fio, um produto 100% feito com o seu desperdício ou então poderá usar um mínimo de 20% de desperdício. O projeto tem sido bem acolhido por várias marcas na Escandinávia, Alemanha e França.
Este artigo foi publicado na edição de primavera da revista Líder
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