Nos últimos anos, a economia global tem-se transformado rapidamente, fruto de uma digitalização acelerada pela inteligência artificial, das constantes tensões geopolíticas e de um mercado laboral cada vez mais competitivo.
Este contexto exerce uma pressão crescente sobre as margens de rentabilidade, o que torna a eficiência uma prioridade estratégica para as empresas portuguesas. De acordo com dados recentes do Banco de Portugal, a margem do EBITDA em percentagem de volume de negócios recuou para 13,4% em 2024, um reflexo direto dos desafios de gestão num cenário marcado pela inflação persistente e por uma maior despesa com contratação de colaboradores.
As áreas-chave que podem mudar tudo
A ERA Group, consultora especializada em otimização de custos e processos, identifica três áreas onde uma gestão mais inteligente de custos é fundamental para aumentar a eficiência e competitividade das empresas portuguesas, bem como promover a criação de valor sustentável a longo prazo.
«As empresas portuguesas têm vindo a aperfeiçoar a forma como encaram a gestão de custos, porém ainda existe um enorme potencial por explorar. O desafio de implementar uma gestão mais integrada não está apenas em cortar despesas, mas em reavaliar processos e estratégias de procurement à luz da inovação e sustentabilidade. Os líderes que conseguem alinhar eficiência financeira com inovação e práticas sustentáveis não só fortalecem a resiliência das suas organizações, como também criam valor a longo prazo e crescem de forma eficiente e competitiva», afirma João Costa, country manager da ERA Group.
1. Operações logísticas
A logística e o transporte continuam a ser uma das maiores fontes de despesa e desperdício nas empresas. Para além do seu peso económico, este setor é, segundo dados da OCDE, responsável por mais de 20% das emissões globais de CO2, representando, por isso, uma parte central para a sustentabilidade empresarial.
Uma gestão integrada de transportes e frotas, combinada com a revisão de contratos com fornecedores, a consolidação de rotas e o uso de tecnologias de monitorização em tempo real, pode desbloquear poupanças na ordem dos 30%.
Mais do que reduzir custos, otimizar as operações logísticas contribui para melhorar a eficiência energética, reduzir a pegada de carbono e reforçar a competitividade num mercado cada vez mais exigente.
2. Energia e embalagens
Com os preços da energia voláteis e a descarbonização a tornar-se crucial para a resiliência das empresas, equilibrar custos e sustentabilidade tornou-se um desafio central. Investir em eficiência energética, otimizar contratos de fornecimento e integrar energias renováveis permite reduzir consumos e custos, ao mesmo tempo que aumenta a previsibilidade orçamental. Rever a cadeia de abastecimento, especialmente nas áreas de embalagem e energia, ajuda a eliminar ineficiências e a reduzir impactos ambientais.
Auditorias e renegociações de contratos no setor energético podem gerar poupanças médias entre 15% e 25%, enquanto a otimização do design e da origem das embalagens contribui para reduzir custos logísticos e a pegada ambiental. Contar com uma perspetiva externa especializada permite identificar oportunidades de poupança, desafiar práticas estabelecidas e reforçar a resiliência operacional.
3. Digitalização
A digitalização é, atualmente, o maior motor de eficiência empresarial. Ferramentas como inteligência artificial (IA), análise preditiva de dados e cloud computing estão a transformar a forma como as empresas gerem os seus recursos, de forma a identificar ineficiências e antecipar riscos antes que estes se traduzam em custos.
Estas tecnologias, além de acelerarem a inovação e facilitarem a colaboração entre departamentos, contribuem para fortalecer a competitividade e sustentabilidade das empresas num mercado cada vez mais digital.
Estas áreas são fundamentais para garantir uma gestão empresarial mais eficiente, sustentável e preparada para os desafios futuros. Ao apostar na otimização de custos, na inovação tecnológica e na integração de práticas mais sustentáveis, as empresas constroem bases sólidas para um crescimento equilibrado e duradouro.



