«Uma marca amiga. Uma marca disponível para ajudar, pôr as pessoas felizes, tornar os maus momentos em bons momentos. Se o consumidor não nos considerar seus amigos, nunca poderemos ser amigos do consumidor», é assim que a responsável de Marketing, em Portugal e Espanha, explica o posicionamento da Control que conta com 48 anos de presença no mercado português. Para Patrícia Nunes Coelho os valores da marca estão assentes em positivismo e humor, «com nível, mas malandro».
A Control destaca-se por ter uma comunicação apelativa, ainda que controversa. Afinal, quem é que nunca partilhou posts das redes sociais da marca? Em conversa com a Líder, a Professora da Católica Porto Business School falou sobre a presença de uma marca histórica em Portugal, que tanto tem feito para quebrar tabus e aproximar-se da sexualidade das pessoas. «Esta é a nossa missão, pôr as pessoas a falar deste assunto que faz parte da nossa vida, do ser humano», declarou.
A Control tem-se adaptado aos novos tempos e a mudança do logotipo é a prova disso. «O nosso logotipo era o símbolo do homem e da mulher e neste momento é o símbolo do infinito, mostrando que é para todos e não apenas relações entre um homem e uma mulher», referiu.
«Nós não falamos de inclusão, mas sim de universalidade: cada um é como cada qual e todos são iguais. Nós criamos produtos para que as pessoas utilizem como quiserem, de forma segura», reforçou.
Um caminho feito à base de humor, libertação e positivismo
É uma linha difícil de perceber, a que separa o engraçado do vulgar, mas que Patrícia afirma terem conseguido gerir. «É uma linha muito ténue [risos]. Todos os posts são revistos diariamente e é um trabalho exaustivo. Tentamos garantir que não estamos a ser ofensivos, “bregas” ou pouco simpáticos. Ao mesmo tempo, estamos a ser brincalhões e a passar os valores da nossa marca».
A marca transformou-se no que é hoje após um processo bastante «estratégico e trabalhoso que levou mais de seis ou sete anos», cuja «ponta do iceberg são as redes sociais, o elemento mais visível e o megafone da própria marca». «A Control tornou-se numa love brand e são os consumidores que o dizem, não eu», afirmou.
A Control tem estado presente com uma comunicação arrojada, como «uma marca que trabalhou muito em Portugal para a normalização da utilização do preservativo e para o empoderamento da mulher».
«Somos um dos poucos países da Europa onde a compra do preservativo é muito equilibrada, em que tanto homens como mulheres compram preservativos. A Control teve uma comunicação bastante focada na mulher no sentido de dizer ‘tu tens o poder, a decisão e a vontade’. Isto transformou Portugal num caso diferente, em que a mulher tem este poder e compra o preservativo masculino para se proteger», explicou.
Quanto ao papel que a marca pode ter para uma sexualidade mais livre de preconceitos, Patrícia Coelho refere: «Mais do que isso, a Control permite um bem-estar pessoal», disse, acrescentando que o foco é a «abertura de conversa» sobre estas temáticas.
Para isso, a marca conta com uma linha de whatsapp, ‘Control Talk’, onde perguntas e dúvidas são respondidas por uma sexóloga. Este projeto também está disponível em estilo de formação, para empresas e escolas, sendo este último muito requisitado. «Verificamos que as mesmas dúvidas de sempre continuam a existir», referiu Patrícia Coelho, reforçando a importância da acessibilidade deste tema para os jovens.
«[A Control] é uma equipa pequena, eu giro Portugal e Espanha, e posso dizer que os nossos produtos são meio caminho andado para trazer o espírito de positivismo e alegria à equipa», partilhou a responsável de marketing enquanto confirma que a base da gestão da sua equipa é a liderança positiva, uma cultura que deve existir em todas as empresas.