A perspetiva de crescimento económico para Portugal em 2025 e os principais desafios ao desenvolvimento de políticas sociais levaram Hugo Soares, Secretário-geral do PSD, a marcar presença num encontro em Lisboa.
É necessário que o país cresça mais para criar a riqueza que depois será distribuída sem «deixar ninguém para trás». E conclui que não é possível haver políticas sociais justas, se não houver riqueza para distribuir.
O momento aconteceu em Belém a propósito de mais um encontro do grupo de Conselheiros da Líder.

«Na política devemos chamar os melhores»
Hugo Soares começa por questionar a audiência com a reflexão: «A política é ou não atrativa para chamar os melhores da nossa sociedade?». Desde os tempos da Troika, houve «um único corte que se mantém», que é o de 5% no salário sobre quem exerce funções políticas. E até hoje, faltou a «coragem de colocar o assunto em cima da mesa». O Presidente do grupo parlamentar do PSD aponta também para as limitações na progressão de carreira de um político que após um cargo público, tem de cumprir um ‘período de nojo’, que o impede de exercer funções numa empresa, sobretudo dentro do setor no qual tutelou.
O advogado é assertivo na aceção de que «na política devemos poder chamar os melhores». E acrescenta, «se queremos os melhores a cuidar daquilo que é de todos, temos de admitir um escrutínio que exige a transparência, mas que não seja o mesmo que devassa, e pagar melhor a quem assume o exercício de cargos».

Sobre o futuro económico, «Portugal não pode continuar a ser um país de baixos salários» – e hoje é, nas várias dimensões, um país de «baixíssimos salários». Quanto à captação de investimento externo, Hugo Soares aponta para a necessidade de ter uma Administração Pública eficaz, com funcionários públicos motivados e bem pagos. «Olhar para a Administração Pública do ponto de vista da sua valorização salarial e das carreiras, não é alimentar uma ‘clientela política’, é mesmo procurar preparar o país para cinco a dez anos», afirma.
E observa que o que está a ser feito não chega para atrair os melhores para a causa pública. Por outro lado, refere as questões demográficas do país, com o problema «seríssimo da natalidade» e a urgência em reter os jovens que aqui se formam e qualificam. Do conjunto de medidas que o atual Governo colocou em prática, a propósito destas várias temáticas, o dirigente partilha que não é certo que todas tenham o resultado esperado, mas é preciso arriscar. «Temos de perder, de vez, a vergonha de decidir e se não der resultado, assumir e voltar atrás e escolher novas políticas», conclui.
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