Mais de metade dos cidadãos da União Europeia (56%) apoia o alargamento do bloco europeu, revela o mais recente Eurobarómetro Especial, publicado pela Comissão Europeia.
O entusiasmo é particularmente visível entre os jovens: quase dois terços dos inquiridos entre os 15 e os 39 anos defendem que os países candidatos devem entrar na UE, desde que cumpram os critérios exigidos.
A mesma percentagem (56%) acredita que o seu próprio país beneficiaria com futuros alargamentos. Entre as vantagens mais apontadas estão o reforço da influência global da UE, a expansão do mercado para empresas europeias, novas oportunidades de emprego e maior solidariedade e segurança.
Contudo, os europeus também expressam preocupações sobre migrações, corrupção, crime e os custos financeiros associados à entrada de novos membros. A maioria dos inquiridos defende que o processo de adesão deve continuar a assentar no respeito pelo Estado de Direito, no combate à corrupção e na proteção dos direitos fundamentais — elementos considerados essenciais para uma adesão credível e baseada no mérito.
Falta de informação é desafio
Apesar do apoio generalizado, 67% dos europeus admitem não se sentirem bem informados sobre a política de alargamento. Em resposta, a Comissão Europeia compromete-se a reforçar os esforços de comunicação, tornando a informação mais acessível e promovendo o envolvimento direto com os cidadãos.
«Os resultados mostram que os cidadãos da UE, sobretudo os mais jovens, estão do lado do alargamento», sublinha a Comissária para o Alargamento, Marta Kos. «Mas também exigem um processo baseado em valores, reformas concretas e transparência.»
O inquérito foi conduzido entre fevereiro e março de 2025 e envolveu mais de 26.300 cidadãos nos 27 Estados-Membros da UE.
Perceções nos países candidatos e vizinhos
Paralelamente, foram realizados inquéritos de perceção em países candidatos e potenciais candidatos: Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Geórgia, Moldávia, Montenegro, Macedónia do Norte, Sérvia e Ucrânia. Na Turquia, o estudo foi encomendado diretamente pela Delegação da UE no país, com metodologia distinta.
Balcãs Ocidentais: apoio elevado — exceto na Sérvia
O apoio ao alargamento é elevado na maioria dos países dos Balcãs Ocidentais, com a Albânia a liderar com 91% de aprovação e a Macedónia do Norte com 69%. Os cidadãos apontam melhorias na qualidade de vida e fronteiras abertas como os principais benefícios. A Sérvia surge como exceção, com apenas 33% de apoio à entrada na UE — o mais baixo da região.
Geórgia e Ucrânia lideram apoio no Leste Europeu
Entre os países da vizinhança oriental, Geórgia (74%) e Ucrânia (68%) destacam-se pelo forte apoio à adesão à UE. Já a imagem da União apresenta variações: positiva em 82% dos albaneses, mas apenas em 38% dos sérvios. Na Moldávia, Ucrânia e Geórgia, o nível de confiança é mais moderado (55%, 49% e 43%, respetivamente).
Falta de informação prejudica perceção
Um traço comum nos países candidatos é a baixa perceção de conhecimento sobre a UE. Só 48% dos moldavos e 39% dos montenegrinos sentem-se bem informados, percentagens que descem para 23% na Ucrânia e 20% na Sérvia. Estes dados reforçam a necessidade de comunicação mais eficaz e adaptada a cada contexto local.
Na Turquia, 50,7% têm uma visão positiva da UE, mas apenas 40,6% se consideram bem informados. O apoio à adesão ronda os 49,9%, mas os principais obstáculos apontados são a falta de vontade política, lacunas no Estado de Direito e a corrupção.