A cibersegurança já não é um luxo, é uma necessidade vital. Num ambiente tecnológico onde, a cada minuto, seis utilizadores portugueses veem as suas contas pirateadas – segundo um relatório de 2024 da Surfshark -, proteger dados deixou de ser uma opção. Entre ataques crescentes e ameaças constantes, está em jogo não apenas a privacidade, mas a sobrevivência digital de empresas e cidadãos.
Este foi o repto do almoço e Encontro de Conselheiros Leading Tech e Leading People, que teve lugar na Casa da Praia, em Oeiras, na sexta-feira passada. Bruno Castro, CEO da Visionware, denunciou a gravidade da situação e o estado crítico da cibersegurança nacional. Com mais de 20 anos de experiência, o CEO alertou que é urgente inovar e «repensar estratégias de defesa» para proteger dados e garantir o futuro digital do país.
O crescimento das ameaças digitais
Nas palavras de Bruno Castro, a diferença substancial entre as organizações e os cibercriminosos reside no tempo e na capacidade de adaptação: «Têm tempo para planear e executar ataques sofisticados, enquanto nós precisamos transformar as nossas práticas e investir em formação e tecnologia para proteger os sistemas», afirmou.
O setor da cibersegurança sofreu uma revolução nos últimos anos, especialmente com a pandemia, que levou muitas empresas a digitalizarem-se de forma abrupta, sem preparação adequada. Isso criou um ambiente propício para o crescimento do cibercrime, que se profissionalizou e expandiu a um ritmo alarmante.
Atualmente, os ataques informáticos são realizados por redes organizadas, operando em fusos horários distintos, com elevados recursos e capacidades técnicas. Em suma, a tradicional imagem do hacker solitário é um mito. Hoje, o cibercrime tornou-se uma indústria rentável, com operações que funcionam de forma semelhante a consórcios empresariais.

Phishing: um desafio pela frente
Entre os vetores de ataque mais utilizados, o phishing continua a ser um dos principais. O método evoluiu para esquemas mais sofisticados, que vão muito além dos e-mails mal escritos e mensagens suspeitas. Hoje, cibercriminosos utilizam dados reais para simular comunicações autênticas, explorando vulnerabilidades humanas mais do que falhas tecnológicas.
Dessa forma, a estratégia baseia-se na exploração da confiança: um atacante consegue credenciais de um utilizador, acede ao seu servidor de e-mail e usa a sua identidade para enganar contatos e redes profissionais. O alvo recebe mensagens aparentemente seguras, que podem resultar em fraudes financeiras ou roubo de informação sensível.
Para Susana Soares, Managing Director da CHRLY, «o que realmente importa é a capacitação das pessoas». Durante a sua intervenção, defendeu a necessidade de aproximar empresas com expertise em formação em cibersegurança daquelas mais vulneráveis a ataques digitais. O objetivo? Renato Azevedo, Head of Cybersecurity & Cloud Services da Capgemini, responde. Passa por «prevenir riscos e preparar profissionais para enfrentarem as crescentes ameaças do mundo digital».
O futuro da cibersegurança
Assim, a cibersegurança tornou-se uma prioridade global e, segundo Bruno Castro, «a tendência é que a sofisticação dos ataques continue a aumentar». Para as empresas, a chave para o futuro está na formação contínua, na adaptação constante e na parceria com especialistas que garantam uma defesa eficiente contra ameaças cada vez mais elaboradas.
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