As competências emocionais dos líderes passam a ser mais relevantes no atual cenário. Caminhar e afinar os sentidos, errar e voltar a acertar o passo, sem nunca perder o rumo. O trabalho de um líder é de constante aperfeiçoamento.
Perguntámos a alguns especialistas de soluções estratégicas de liderança: Pode um líder ser vulnerável e sensível? José Bancaleiro, Partner da Stanton Chase Portugal – Your Leadership Partner, responde:
“Vivemos tempos crescentemente exigentes para os quais o ser humano não está totalmente preparado, especialmente aqueles que passam por períodos de forte e prolongada tensão. É em tempos como este que, a resiliência ganha uma importância determinante, uma vez que traduz a capacidade de cada um superar e aproveitar as adversidades, tragédias, ameaças que a todos acontecem.
A resiliência é, em termos sintéticos, a força interior que têm aquelas pessoas que caem e se voltam a levantar, quantas vezes isso acontecer. Contudo, convém não confundir este conceito com invulnerabilidade. A pessoa resiliente sofre e vai-se abaixo, como qualquer ser humano.
Tem é a capacidade de aprender a lidar com a adversidade, adaptando-se, reerguendo-se cheia de energia e utilizando essa experiência a seu favor. É resultado de várias outras competências individuais, que podem ser agrupadas nos conceitos de solidez e de flexibilidade.
A solidez traduz a força interior (os anglo-saxónicos usam o termo forcefull) e integra a autoconfiança, a coerência, o sentido de propósito e a determinação, entre outras. A flexibilidade representa a capacidade de ajustamento e inclui, essencialmente, a abertura de espírito, o respeito pela diferença, a cooperação com a mudança e a criatividade.
Realçamos dois aspetos.
- A resiliência é contingente, ie, depende quer da pessoa, quer do tipo de problema. A morte de um filho exige muito mais que a mudança dum Conselho de Administração.
- Ela existe, mesmo em quantidades diferentes, em todos os seres humanos e não apenas em alguns iluminados. Como qualquer competência, tem uma base inata e uma parte que se pode desenvolver.
Invista na sua resiliência. Mais tarde ou mais cedo, vai necessitar dela.”
Este artigo foi publicado na edição de primavera da revista Líder.
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