A Great Resignation é uma tendência que tem estado presente desde 2009, e que atingiu o seu pico em 2021, quando cerca de 47 milhões de americanos abandonaram os seus empregos, segundo um estudo do U.S. Bureau of Labor Statistics. Joseph Fuller e William Kerr abordam na Harvard Business Review os cinco fatores que se destacam e que têm vindo a contribuir para este movimento a que temos vindo a assistir: Reforma, Realocação, Reconsideração, Reorganização e Relutância.
Reforma: Estudos académicos têm vindo a concluir que em 2021 os trabalhadores mais velhos abandonaram os seus empregos para se reformarem a um ritmo bastante acelerado, e fizeram-no numa idade mais precoce. Tomaram estas decisões por darem prioridade a passar mais tempo com a família. Além disso, graças à Pandemia instaurada em 2020, muitos dos trabalhadores idosos reformaram-se por receio dos riscos de saúde a que estariam mais suscetíveis estando a trabalhar.
Realocação: As taxas de realocação de 2021, nos E.U.A, revelaram-se as mais baixas dos últimos 70 anos, que tinham estado em declínio desde a década de 80 do século passado, de acordo com o United States Census Bureau. O Covid-19 contribuiu para essa descida acentuada. As pessoas que, de facto, mudaram de residência, mantiveram-se nos mesmos locais: não mudaram de estado, nem de país.
Reconsideração: Tendo em conta a situação pandémica em que nos encontrámos, e as mortes e casos de doença grave que esta causou, muitas pessoas reconsideraram o papel que o trabalho tem nas suas vidas. Esta mudança de perspetiva motivou muitos trabalhadores a demitirem-se, especialmente aqueles que já se encontravam em situação de burnout.
Reorganização: Pessoas que se encontravam em trabalhos precários apresentaram uma maior taxa de abandono, para, por sua vez, procurarem melhores condições de trabalho. Apesar disto, o abandono não foi exclusivo a trabalhos precários. Muitas pessoas deixaram os seus trabalhos mais estáveis, em busca de outros na mesma área, mas com melhores salários. De acordo com uma análise do Brookings Institution, as empresas estão a aumentar os salários significativamente para não perderem os seus colaboradores, e a melhorar as condições no local de trabalho em geral.
Relutância: O medo de contrair o vírus SARS-CoV-2 no local de trabalho fez com que muitas pessoas ficassem receosas em voltar aos escritórios. Um estudo reportado na HBR indicou que muitos trabalhadores estão dispostos a abandonar o emprego se o empregador não oferecer a possibilidade de, no mínimo, trabalhar em regime híbrido.
Um entendimento destes cinco fatores é crucial para líderes contribuírem para um bem-estar dos seus empregados, que, por consequência, irá beneficiar os seus próprios negócios, referem os autores.