Rotulada como ‘mimada’ por uns e ‘irreverente’ por outros, a Geração Z está a virar o jogo: quer ambientes de trabalho mais humanos, flexíveis e colaborativos, onde líderes e equipas crescem lado a lado.
Em 2025, os nascidos entre 1997 e 2012 representam já cerca de um quarto da força de trabalho global. Em Portugal, esta geração está a obrigar as empresas a repensar políticas de viagem, modelos de liderança e formas de comunicação. Querem mais do que um salário: procuram clareza, flexibilidade e um verdadeiro lugar à mesa.
Comunicação consistente e clara
A Geração Z valoriza que se lhe diga o ‘porquê’, não apenas o ‘o quê’. Esta geração prefere discussões orientadas à tarefa, contexto explícito e envolvimento no processo, em vez de instruções genéricas por e-mail. Essa exigência faz sentido: alguns estudos portugueses mostram que os membros da Geração Z valorizam sobretudo valores sociais e contexto de trabalho, antes da retribuição. Nas empresas, especialmente as que lidam com viagens, isso significa explicar políticas de despesas, mostrar a lógica de cada linha de relatório e envolver os jovens na formulação dos processos.
Flexibilidade concreta
A Geração Z olha para a flexibilidade não como benefício extra, mas como condição participativa. Quer gerir horários, optar por trabalho híbrido, e nas viagens corporativas valoriza a possibilidade de dispor de tempo para passear pela cidade e abstrair a mente. Mais importante ainda, gostaria de ter voz ativa sobre se e com que frequência viaja em trabalho.
Um estudo global aponta que, em 2025, a Geração Z constituirá cerca de 27% da força laboral nas economias desenvolvidas. Para os travel managers e gestores, o desafio é ajustar políticas que antes se pensavam rígidas — oferecer alternativas de alojamento ou transporte, permitir dias livres ou espaços para lazer no quadro da viagem — e fazer isso sem perder eficiência ou controlo.
Querem um lugar à mesa
Ser ouvido, participar em decisões, partilhar ideias: a Geração Z teme não ter voz porque é mais jovem. Mas essa exigência não é capricho. É legítima e estratégica. Ao incluir jovens colaboradores nas conversas de nível elevado (sejam políticas de viagem ou análise de despesas), as empresas beneficiam de perspectivas frescas e evitam ficar presas a práticas datadas. Num estudo português, mais de 3 000 estudantes da Geração Z mostraram que dão alta prioridade a valores sociais e relações de trabalho significativas.
O risco de ignorar estas exigências
Empresas que rejeitam ouvir esta geração arriscam-se a maior rotatividade e perda de talento jovem. Num mercado onde o envelhecimento da força de trabalho é cada vez mais evidente, a mudança cultural, portanto, não é apenas geracional: tornou-se verdadeiramente estrutural.




