Celina Pereira é People Development Specialist na Zurich Portugal, uma empresa que tem na sua génese a capacidade de prosperar entre a incerteza. Num mundo em constante transformação, uma das estratégias de desenvolvimento de talento e liderança, fundamental para promover agilidade, inovação e sustentabilidade, é o coaching. Em conversa com a Líder, partilha a visão para uma navegação segura e humana, no caminho para um futuro positivo.
Entre Gestão da Mudança e Resiliência Organizacional onde se encontra o ponto de equilíbrio?
Acreditamos que a verdadeira transformação começa dentro da empresa. Num contexto de constante evolução, é essencial preservar a identidade organizacional enquanto se abraça a inovação. Para nós, o ponto de equilíbrio está no envolvimento dos colaboradores na estratégia da empresa – promovendo uma cultura de resiliência e desenvolvimento contínuo.
Um exemplo inspirador desta abordagem é o StartYouUp – uma iniciativa que une inovação, colaboração e desenvolvimento de competências, que estimula o pensamento criativo e capacita os nossos talentos a serem protagonistas da mudança, contriuindo com ideias que impactem o futuro da Zurich.
De que forma têm integrado o coaching nas estratégias de desenvolvimento de talento da empresa?
O coaching é um pilar central da nossa estratégia de desenvolvimento de talento e liderança, fundamental para promover agilidade, inovação e sustentabilidade num contexto de transformação acelerada. Apostamos numa abordagem skills based, onde o coaching apoia a definição de objetivos e o alinhamento entre aspirações de carreira e oportunidades internas, incentivando cada colaborador a ser protagonista do seu percurso profissional. Presente nos nossos programas de liderança e nas ferramentas digitais que oferecemos aos colaboradores, o coaching facilita a preparação de conversas de carreira, a reflexão individual e o desenvolvimento personalizado. Esta prática fortalece competências e liga o crescimento de cada pessoa aos objetivos estratégicos da Zurich. Ao investir em coaching executivo com consultores internos e externos, promovemos autonomia, responsabilidade e compromisso para com a carreira, tornando o desenvolvimento individual um verdadeiro motor do sucesso coletivo da empresa.
Quais as barreiras que enfrentam na implementação desses programas?
As agendas sobrecarregadas e o desconhecimento das vantagens do coaching são as barreiras mais comuns. O coaching exige dedicação e compromisso, e por vezes pode ser desafiante para líderes e colaboradores encontrarem espaço para o integrarem na rotina. Nestes casos, procuramos trabalhar ativamente a sensibilização sobre os benefícios desta ferramenta e incentivar uma abordagem mais autónoma ao desenvolvimento, procurando demonstrar, com exemplos práticos, o impacto positivo do coaching quando integrado no dia a dia de trabalho.
Adicionalmente, a nossa estratégia para ultrapassar estas barreiras passa pela promoção de uma cultura que valoriza o desenvolvimento individual e o compromisso com o crescimento contínuo. Através de iniciativas como o ‘Ser CEO da minha Carreira’ – na qual incitamos as nossas pessoas a liderarem o rumo da sua carreira –, disponibilizamos ferramentas que facilitam a reflexão individual e guiamos conversas sobre carreira e desenvolvimento, fomentando um mindset de crescimento e a abertura à mudança.
Na sua visão, quais são os maiores desafios enfrentados pelos líderes durante os processos de mudança e de que
forma, na Zurich, os têm convertido em boas práticas?
Gerir a ambiguidade e inspirar as equipas são os maiores desafios que enfrentam os líderes em processos de mudança. Na Zurich, reconhecemos que os líderes são peças-chave na forma como a mudança é vivida, comunicada e sustentada Por isso, investimos continuamente em formação, garantindo que os nossos líderes são promotores de uma comunicação transparente e adotam estilos de liderança mais versáteis e humanos, que permitem a entrega de resultados, enquanto cuidam do bem-estar das equipas.
Como pode o coaching acelerar a aceitação e integração de novas culturas, processos ou estruturas dentro da organização?
O coaching tem sido integrado na Zurich como um elemento estratégico na gestão de talento e suporte à mudança, com impacto direto na adaptação dos colaboradores a novas culturas, processos e estruturas. Esta prática tem se revelado essencial para reduzir resistências, acelerar a aceitação e promover o alinhamento organizacional. Em processos de transformação, o coaching oferece um espaço seguro para reflexão individual, permitindo que cada colaborador explore o seu papel na nova realidade e compreenda o propósito da mudança.
Esta abordagem personalizada garante o compromisso e a participação ativa dos colaboradores como promotores da mudança na empresa. Além disso, reforça o nosso compromisso com um ambiente de trabalho inclusivo e autêntico, onde todos se sentem valorizados e têm espaço para desenvolver o seu potencial.
Ao promover conversas transparentes, estimular a autonomia e apoiar o crescimento individual, o coaching torna-se um catalisador de integração e evolução organizacional.
Que competências-chave considera essenciais às atuais e futuras lideranças no que diz respeito à adaptabilidade e resiliência organizacional?
Acreditamos que as lideranças devem estar preparadas para navegar a complexidade com clareza, empatia e agilidade. Destacamos também a inteligência emocional como fundamental na gestão de relações e na comunicação autêntica, assim como a abertura à aprendizagem contínua, à experimentação e ao erro construtivo – características que distinguem lideranças resilientes e inspiradoras e empresas ágeis. No presente e no futuro, é determinante que os líderes consigam antecipar tendências e ajustar estratégias sem perder o foco nos objetivos. Com a cultura de upskilling e reskilling, que vivemos na Zurich, incentivamos o desenvolvimento destas competências essenciais ao investirmos no seu desenvolvimento através de programas de liderança, coaching, mentoring e pequenas experiências de aprendizagem on-the-job que preparam os nossos líderes e colaboradores, para o presente e o futuro.
Este artigo foi publicado na edição nº 31 da revista Líder, cujo tema é ‘Decidir’. Subscreva a Revista Líder aqui.
