A crescente urgência da transformação digital continua a redefinir o panorama corporativo global e a adaptação às tendências deixou de ser apenas uma opção: é uma questão de sobrevivência. Às organizações que se adaptarem, não é garantido que ganhem a corrida. Conseguirão, sim, manter-se na pista, sem serem abalroadas pela concorrência.
Do ponto de vista tecnológico, a nova geração de soluções empresariais é construída sobre ferramentas como Inteligência Artificial (IA), Automação de Processos (RPA – Robotic Process Automation), soluções em cloud e Internet das Coisas (IoT). Estas tecnologias têm sido integradas em áreas críticas da operação – da gestão de talento ao suporte ao cliente, da análise preditiva à produção em tempo real –, permitindo respostas mais rápidas, decisões mais informadas e operações escaláveis. Essencialmente, tornam as organizações mais ágeis.
Em 2025, cerca de 74 % das organizações consideram a transformação digital uma prioridade estratégica – superando mesmo a cibersegurança (73 %) e a adoção da cloud (65 %) na lista de investimentos prioritários. De acordo com a plataforma AIPRM, esta prioridade reflete a perceção de que a tecnologia deixou de ser apenas suporte para se tornar motor de competitividade e resiliência.
Em que se materializa a tecnologia das empresas ágeis?
A máquina já está a aliar-se aos líderes, que podem mesmo optar por “decidir melhor” com o seu apoio. Curiosamente, 70% dos líderes empresariais preferiam que um robô tomasse as decisões por si, de acordo com a PR Newswire. Mas não é essa a realidade das empresas – ainda. A automação inteligente, combinada com análise avançada de dados, está a alterar a forma como se lideram equipas, se concebem produtos e se tomam decisões. O foco não está apenas em ganhar eficiência, mas em criar modelos de negócio mais adaptáveis, sustentáveis e orientados para o valor. A capacidade de recolher e analisar dados acaba por agilizar e facilitar os processos de decisão.
Porém, este avanço da IA traz novos desafios. À medida que os algoritmos ganham capacidade de decisão e atuam como ‘copilotos’ nos processos operacionais, a confiança nos sistemas torna-se um tema central. A complexidade das decisões algorítmicas e a opacidade de muitos modelos exigem transparência, supervisão humana e uma abordagem ética à inteligência artificial. Em paralelo, a cibersegurança torna-se uma das prioridades críticas na agenda de transformação. Os ciberataques baseados em IA generativa estão a tornar-se mais sofisticados, frequentes e difíceis de detetar, o que obriga as organizações a reforçar as suas defesas digitais. A segurança dos dados, a resiliência das infraestruturas e a capacidade de resposta rápida a incidentes são hoje parte integrante da estratégia tecnológica.
Neste novo paradigma, as empresas que lideram a transformação são aquelas que integram tecnologia com cultura organizacional, que capacitam as suas pessoas e que são capazes de reconfigurar-se rapidamente em função das exigências do mercado. O futuro será cada vez mais moldado por decisões algorítmicas, ambientes híbridos e ecossistemas digitais interconectados. E por isso, ser ágil, inovador e tecnologicamente maduro é o novo standard competitivo das empresas. A sua já está pronta?
Este artigo foi publicado na edição nº 31 da revista Líder, cujo tema é ‘Decidir’. Subscreva a Revista Líder aqui.

