O contexto de trabalho mudou. Em tempos de necessidade de adaptação rápida a contextos incertos, a colaboração, a proatividade e a ampliação do reportório comportamental fazem diferença dentro de uma organização que pretende manter-se competitiva.
O teletrabalho ou trabalho híbrido, a insegurança perante a incerteza de novas realidades sociais ainda não criadas, a interação crescente no Mundo global, são alguns dos desafios a que uma Cultura Organizacional tem de dar resposta ou mesmo tem de ir dando resposta, numa atitude de adaptação improvisada à mudança.
Como conseguem as organizações esta proeza?
Tudo parece mais fácil quando estamos num contexto que conhecemos, sobre o qual podemos dar instruções específicas do que e como fazer, onde reina o poder da coerção. A partir do momento em que as organizações precisam que sejam as suas Pessoas a criar o contexto, a procura e a retenção dessas Pessoas requer uma Cultura Organizacional baseada na criação de sentido de pertença e de propósito.
O coaching tem sido utilizado pelas organizações como um processo de desenvolvimento individual e profissional, nomeadamente junto de líderes e talentos. Não retirando o valor indiscutível que o coaching já provou dar a nível individual, outros objetivos organizacionais, podem beneficiar na implementação de culturas alicerçadas no coaching sistémico.
Cada vez mais presente em diferentes países encontramos a oferta de serviços de coaching corporativo, que pretende dinamizar a cultura de coaching dentro da organização, focando-se nos seus objetivos estratégicos. O coaching não aparece somente como uma resposta a uma situação formal e pontual, mas é parte da Cultura Organizacional, refletindo-se de forma clara, consistente e permanente.
Uma cultura de coaching pressupõe que todos os colaboradores, independentemente do nível hierárquico, utilizem e valorizem, interna e externamente, as relações de trabalho assentes na confiança e transparência, o feedback como uma ferramenta de aprendizagem, a proatividade e melhoria continua no desempenho, e a crescente inovação junto do cliente.
São características de uma cultura de coaching:
- Resultados do coaching mensuráveis assegurando e promovendo o alinhamento da estratégia organizacional;
- Coaching junto das equipas de gestão de topo para alicerçar um coaching mindset;
- Programas planeados, formais, estruturados e a longo prazo para promover comportamento de coaching – ex.: coaching individual, grupo e de equipas, e formação em coaching skills;
- Processos e sistemas de RH que agregam nas suas definições e operações os conceitos de coaching, nomeadamente como uma competência de desempenho profissional integrada em sistemas de recompensas e incentivos;
- Linguagem de coaching comum dentro da organização;
- Gestão com budget e medidas de avaliação do impacto específicos para o coaching.
O contexto de trabalho mudou. E as Culturas Organizacionais baseadas na criação de sentido de pertença e de propósito com Pessoas a criar o contexto, exigem uma abordagem de coaching!
Este artigo foi publicado na edição de verão da revista Líder. Subscreva a Líder AQUI.