Imagine um barco em alto-mar, mas sem destino traçado. O foco não é onde chegar, mas sim gerir o dia a dia, ajustando as velas a cada novo projeto. A tripulação é talentosa, mas não rema em conjunto. É assim que muitas equipas vivem a mudança: com competência individual, mas sem alinhamento coletivo.
Foi o que encontrei numa equipa distribuída por vários países. Um líder capaz, mas sobrecarregado. Começamos com coaching ao líder e, em paralelo, um diagnóstico da satisfação da equipa em várias dimensões. O retrato inicial era claro: satisfação baixa em quase todas as áreas de funcionamento da equipa.
No team coaching começámos pelo essencial: trabalhámos a clareza – propósito, visão e objetivos. Vários estudos mostram que esta é a área que sustenta todo o resto e que tem mais impacto no clima. Chegaram a três objetivos-chave, partilhados por todos, alinhados com as tendências de mudança no team coaching e decisivos para o propósito da equipa. O alívio foi imediato: finalmente todos remavam para o mesmo lado.
Mas havia outra corrente invisível a desviar o barco. Parte da equipa era racional e intuitiva, focada no futuro, nas tendências e na criação de novos serviços. Outra parte vivia no presente, cuidando de processos e relações. Estas perspetivas, igualmente valiosas, chocavam constantemente, criando conflitos e ruídos de comunicação. Quando tornámos isto visível, o diálogo mudou: passaram a dar espaço às necessidades de ambos os perfis, e a comunicação ganhou clareza e equilíbrio.
Três meses depois, a avaliação com o mesmo questionário mostrou uma transformação: a satisfação tinha aumentado em todas as dimensões. Mais do que melhorar a cooperação, a equipa ganhou confiança para enfrentar o que viesse pela proa.
Se também está a enfrentar mares turbulentos, garanta estes três aspetos:
1 – Tenha um leme forte em que é muito claro para toda a equipa qual é o propósito, a visão e os três ou quatro objetivos para reduzir a incerteza e acelerar as decisões.
2 – Trate as diferenças entre as pessoas como velas adicionais do seu barco. Aproveite as diferenças de personalidade, de geração, de sexo e de cultura para transformar conflitos em força coletiva.
3 – Construa resiliência através de momentos regulares de alinhamento e feedback com a equipa.
Na gestão da mudança, não basta resistir às ondas — é preciso líderes que inspirem, equipas alinhadas e complementares e auto-consciência para ajustar o rumo. Fazemos isso através de diagnósticos e avaliação da evolução, coaching para fortalecer a liderança, e coaching de equipa para alinhar objetivos, promover a complementaridade e facilitar a comunicação. O coaching funciona como um farol: ilumina, orienta e dá a coragem para navegar em mares incertos.
Este artigo foi publicado na edição nº 31 da revista Líder, cujo tema é ‘Decidir’. Subscreva a Revista Líder aqui.

