A palavra Metaverso surgiu em 1992, na obra Snow Crash, um romance de ficção científica que se desenrolava num mundo virtual assim intitulado. À data de hoje, Metaverso, NFTs e Web 3.0 são algumas das buzzwords da atualidade para todas as Marcas e para os seus respetivos profissionais de marketing e comunicação.
Nos últimos anos, em virtude da evolução e aperfeiçoamento de uma série de tecnologias inovadoras, a exploração dos universos virtuais tem sido generalizada e potencializada pelas marcas de grande consumo. A Coca-Cola entrou no universo dos NFTs em julho de 2021 e essa foi a forma escolhida pela empresa, para celebrar o seu primeiro ano de existência no Metaverso. Três meses mais tarde foi a vez da Dolce & Gabbana, que criou uma coleção de edição limitada de NFTs.
Ainda em 2021, as autoridades de Seul anunciaram que a capital da Coreia do Sul seria a primeira grande cidade a entrar no Metaverso. A Metaverse Seoul recria um ecossistema virtual para a comunicação com todas as áreas da sua administração municipal, tais como, os serviços culturais, turísticos, educacionais e cívicos. A administração da cidade investiu cerca de 2,8 bilhões de euros neste projeto, integrado no plano Seoul Vision 2030. Um dos objetivos apontados pelo autarca de Seul é o de criar “uma futura cidade emocional”, afirmou Oh Se-hoon. Com esta iniciativa, os cidadãos de Seul poderão, em breve colocar os seus auriculares de realidade virtual e agendar reuniões com as autoridades da cidade, bem como, realizar consultas e processos virtuais. Os avatares dos funcionários públicos do município de Seul, estarão igualmente presentes para orientar os visitantes da cidade nas suas consultas e serviços disponíveis.
Para contextualizar os mais distraídos, o Metaverso é um espaço virtual possível de aceder por meio de tecnologias, tais como a Realidade Virtual (VR), a Realidade Aumentada (AR) ou a Realidade Estendida (XR). O acesso é realizado através de Avatares: identidades digitais, cujos corpos são a representação virtual de pessoas reais, elaborados em pixels. Porém, não podemos ignorar o facto de que o acesso ao Metaverso é sempre realizado por pessoas reais, que possuem emoções e sentimentos.
As marcas e entidades que, tradicionalmente, já tiravam partido da Web 2.0 devem agora capitalizar as ferramentas da Web 3.0 como forma de reiterar a construção da marca, aumentando assim a lealdade e a fidelização dos seus públicos-alvo, nomeadamente, junto das camadas mais jovens.
Se um dos enormes desafios das marcas é a construção do brand loyalty e a fidelização da Geração Z, o ciberespaço pode ser uma ótima ferramenta de trabalho! Neste contexto, os exemplos da Coca-Cola, Dolce & Gabbana ou Seul são apenas referências das inúmeras formas como as Marcas estão a saber adaptar-se e a estabelecer novas relações sociais e económicas com os consumidores através do ciberespaço. No caso da iServices estamos atentos e por isso, já temos assegurada a nossa presença na Twitch através da representação virtual das Lojas iServices.
Tal como no mundo real, apenas as abordagens que se revelem criativas e verdadeiramente interativas irão permitir criar relações profícuas entre as Marcas e os seus públicos-alvo. A entrada no metaverso pressupõe não apenas o know-how dos recursos humanos, mas também a capacidade criativa de efetivamente oferecer um valor acrescentado aos seus produtos e ou serviços. De outra forma, estas plataformas poderão constituir um ruído desnecessário junto dos consumidores. Planeamento, reflexão e estratégia são a chave.
Este artigo foi publicado na edição de inverno da revista Líder
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