Numa altura em que a inovação tecnológica invadiu o espaço urbano, a mobilidade é um dos aspetos fulcrais para tornar as cidades mais inteligentes. Lisboa, e as principais cidades europeias, têm vários desafios e as lideranças municipais devem encontrar soluções acessíveis, inclusivas, seguras e sustentáveis para a mobilidade.
Uma nova análise da PwC com a Strategy+Business realça os pontos críticos:
– Trânsito;
– Custo dos transportes públicos;
– Sustentabilidade ambiental;
– Segurança Rodoviária
– Infraestruturas insuficientes para a mobilidade ativa.
O relatório “Smart Cities: mobility ecosystems for a more sustainable future”, mostra como em Londres e Paris, uma ida para o trabalho demora mais de 40 minutos, em média, e o problema da falta de estacionamento é crítico. Na capital francesa há um milhão de espaços para estacionar, apesar de todos os dias mais de 1,5 milhões de veículos circularem no centro da cidade. Isto resulta em estacionamentos ilegais em ruas estreitas, aumentando o trânsito na metrópole.
Como é a capital portuguesa?
Em Lisboa a situação do trânsito é também problemática, e parece que agora que se está a voltar ao escritório a congestão da cidade é ainda mais notória. Uma pessoa que se desloque para o trabalho na capital gasta duas ou três horas do seu dia, e se a cidade estivesse preparada para isso esse número seria no máximo uma hora.
Apesar de haver planos para uma melhoria das infraestruturas, e para encurtar as distâncias, através do Plano Ferroviário Nacional, essa meta é estabelecida para 2050, havendo muito trabalho pela frente até lá.
Para dar resposta ao problema do estacionamento na cidade, a proposta de orçamento municipal para 2023 inclui a construção de cinco parques dissuasores de estacionamento da EMEL, o que constitui um investimento de 17 milhões de euros, na zona da Pontinha Norte, Pontinha Sul, Lumiar/Azinhaga, Braço de Prata e Cidade Universitária.
Mobilidade reduzida recebe apoio
Para já, a Câmara Municipal de Lisboa investiu em 1,2 milhões de euros em projetos de apoio à mobilidade reduzida, pretendendo assim tornar a cidade mais inclusiva e um espaço para todos, com foco na inovação digital: “para a criação de soluções digitais que ajudem a melhorar a acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada”.
Menos bicicletas particulares, mais GIRA
O Fundo Ambiental, criado pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática reforçou este ano os apoios à compra de bicicletas convencionais e elétrica, bem como de trotinetes e skates.
No entanto, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, no final de 2021 decidiu não assumir o compromisso de dar continuidade ao programa. No orçamento municipal de 2022, não existe verba para qualquer incentivo de apoio à aquisição destes veículos na capital.
Moedas planeia, contudo, o reforço da rede GIRA, apostando em mais 20 estações na cidade em 2023, um investimento de três milhões de euros, para que a infraestrutura esteja acessível em todas as freguesias.
Para o primeiro trimestre de 2023 está previsto entrar em vigor a gratuitidade das Gira para os estudantes até aos 23 anos e os maiores de 65 anos, que já têm acesso ao passe de transportes grátis.