Poder tem a ver com autoridade, soberania, império, força, posse, mandato… Influência inspira prestígio, admiração, notoriedade, carisma, conhecimento! Ambas refletem a ação que uma pessoa exerce noutra, quando falamos de gestão e de liderança.
Handy (1978) considera que a “influência é o processo pelo qual um indivíduo modifica as atitudes e o comportamento de outro”. Só que a influência transforma-se num poder, quando corretamente utilizada. Não imposta, mas desejada. “Poder” é uma palavra com origem do latim e tem a mesma raiz que a palavra “potência”. E se uma diz respeito ao futuro (“potência”), “poder” diz respeito ao presente e passou vulgarmente a significar a capacidade de impor, de mandar e de submeter os outros à própria vontade. Por isso, dizemos que Putin, ou Kim Jong-Un, têm “poder” e Zelenski tem “influência” (que se transformou num poder de levar os outros a ter uma ação pretendida por ele).
Sob a forma de interação social, o poder ou a influência condicionam os comportamentos tornando-os conformes através da influência da maioria, através de obediência, da autoridade, da persuasão, da liderança. Ambos os conceitos atingem o mesmo objectivo, mas um pode ter um efeito perene (influência) e o outro tendencialmente efémero. Porque ser influenciado é algo voluntário (não manipulado) e poder significa ser instruído pela autoridade, ser mandado e dirigido. Portanto, a pró-atividade, o empreendedorismo, o compromisso, o efeito last mile, surge com a influência e motivação de quem acredita que está a dedicar-se a algo muito maior que a sua contribuição. A este conceito chama-se liderança, ou seja, a capacidade de influenciar o comportamento, pensamento ou opinião dos outros. Nas organizações é um conceito que se tornou fundamental com as alterações sócio culturais dos anos mais recentes, com a geração “Y”, “Millenials” e “zoomers”.
Não posso continuar sem referir uma das profissões mais relevantes na vida de uma sociedade, em que esta diferença é fundamental: os professores. Uma das profissões mais nobres que conheço, pois ao deixarmos os nossos jovens sob a sua influência (ou poder), moldamos o futuro geracional de uma sociedade. Não podemos querer que os professores eduquem os nossos jovens, essa função é dos pais e da família. Queremos sim que transmitam conhecimento.
É um facto que a forma como o fazem pode influenciar, pelo seu exemplo, a moldar o caráter e personalidade dos mesmos. Portanto, esta profissão é das mais nobres e estrategicamente mais relevantes para o futuro do nosso país. Bem sei que nem todos os professores são uma influência positiva, nem todos estes novos modelos de sindicalismo são um óptimo exemplo. Mas a maioria destes profissionais é dedicado, profissional, entende a nobreza da sua profissão e consegue ser influente. Apesar de terem autoridade e poder, não necessitam de o utilizar pois a influência conquista respeito e este é suficiente!