Porque a Paz é muito mais do que a ausência de guerra, a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) criou o documento “Conversar sobre a Paz” onde explica como podemos ajudar a construi-la. Conforme especifica, primeiro devemos lembrar que “a violência gera (mais) violência, divisões societais profundas e uma multiplicação das desigualdades e injustiças” e que a paz “implica a existência de condições físicas, sociais, económicas, políticas, culturais e ecológicas que apoiem o desenvolvimento, em harmonia, de todos os cidadãos e cidadãs”.
Neste documento, a OPP diz que todos podemos fazer alguma coisa e que é importante ser realistas face à dimensão do desafio que é construir a Paz, bem como ao compromisso que exige fazê-lo. Muitas vezes, ideias e ações simples são eficazes e contribuem para a solução dos problemas e para a construção da Paz.
O que podemos fazer para ajudar a construir a paz?
Agir. Não podemos limitar-nos a desejar ou a esperar que haja Paz. Temos de nos envolver ativamente na sua criação e construção. Todos podemos contribuir para a Paz nos seus diferentes contextos de vida (na família, no trabalho ou na escola) e ser um/a “ativista pela Paz” (votando, escrevendo um artigo para o jornal, praticando voluntariado, cantando uma música, utilizando as redes sociais para disseminar mensagens de Paz e tolerância, criando espaços de partilha no nosso grupo de amigos ou na nossa comunidade, etc.).
Sentirmo-nos em Paz. Na verdade, a forma como agimos e reagimos também influencia as reações daqueles que estão à nossa volta – somos “modelos de comportamento” particularmente para as crianças e jovens. Por isso, construir a Paz é um processo que temos de fazer connosco mesmos, internamente.
Defender e respeitar os valores da Justiça, da Igualdade e os restantes Direitos Humanos. A Paz, a Justiça e a Igualdade são lados da mesma moeda. Reconhecer os Direitos Humanos é defender que todas as pessoas, independentemente das suas diferenças e possíveis discórdias, têm o direito a ser tradas com dignidade e justiça, a ver a suas necessidades satisfeitas e o seu potencial realizado. Por outro lado, é também necessário reconhecer que as desigualdades e as iniquidades alimentam, diretamente, o conflito e a violência, e, indiretamente, outros fenómenos sociais (como a pobreza, por exemplo) que, por sua vez, podem também ser geradores de violência.
Desenvolver sensibilidade e conhecimento sobre a diversidade cultural. É importante conhecermos a diversidade de costumes e crenças ao longo do espaço e do tempo, as características de civilizações do passado e do presente. A globalização aproximou-nos, mas continuamos a ser “estranhos” uns para os outros, apesar do volume gigante de informação que partilhamos. Para conhecermos a outra pessoa é preciso desenvolver curiosidade e interesse em fazer perguntas e escutá-la; procurarmos pontos em comum (por exemplo, apesar de podermos ter várias identidades, há identidades que todos partilhamos – portugueses, ucranianos e russos, somos todos europeus e europeias, somos todos humanos). Só assim será possível desconstruirmos estereótipos e preconceitos, evitando a discriminação.
Resolver problemas e conflitos de forma não violenta. Tal como a violência é aprendida, também a resolução de problemas e conflitos de forma não violenta o pode ser. Podemos aprender a seguir um conjunto de passos perante um problema ou situação de conflito.
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