Os portugueses têm solicitado cada vez mais crédito ao consumo, sendo que o montante dos últimos dez anos atingiu os 68,2 mil milhões de euros (essencialmente associados ao crédito pessoal e automóvel). Ao comparar 2013 com 2023, passou-se de 3,70 mil milhões para 7,65 mil milhões anuais, um crescimento de aproximadamente 107%.
Segundo dados disponibilizados pelo Banco de Portugal, e trabalhados pelo Portal do Crédito, entre 2013 e 2023 foram contraídos 15,7 milhões créditos ao consumo. Só em 2023 os portugueses pediram quase 1,6 milhões de créditos ao consumo às instituições financeiras. Mais de metade deste valor (58%) é referente a contratos de cartões e linhas de crédito que representam mais de 800 mil contratos todos os anos.
Outro dado relevante é o facto de se estar a contratar montantes cada vez mais elevados – se retirarmos os cartões de crédito, no ano passado em média um contrato teve um valor de 8.968 €, um crescimento de 38,33% face aos 6.483 € de 2013.
Contudo, apesar de praticamente metade dos créditos serem relacionados com cartões, linhas de crédito e descoberto, é o crédito pessoal que cobre a maior fatia no valor contratado. Falamos de 30,36 mil milhões de euros em 10 anos.
Tanto o montante como o número de contratos têm aumentado todos os anos, sendo a única exceção 2020 e 2021, devido à pandemia e ao maior índice de poupança registado pelos portugueses nessa altura.
É sabido que as taxas de juro nos créditos à habitação têm subido exponencialmente e o mesmo aconteceu nos créditos ao consumo. Estes crescimentos fazem com que atualmente um cartão de crédito tenha uma taxa de juro máxima de 19% e um crédito pessoal de 15,6%.
Apesar destes valores, há 10 anos os valores praticados eram muito superiores, principalmente no que concerne aos cartões e linhas de crédito que chegaram a atingir, no final de 2012, 37,3%.