Para cada geração existe uma narrativa: os Baby Boomers foram moldados pela abundância do pós-guerra e os Millennials pela crise financeira de 2007-2009. Para a Geração Z, a opinião popular é que os smartphones estão a tornar estes jovens em pessoas mais infelizes e com um futuro mais sombrio.
Em parte, este panorama tem um fundo de verdade, mas esta geração está a sair-se melhor do que as anteriores em muitos aspetos, especialmente no mundo laboral, de acordo com o The Economist.
A Geração Z está a moldar o mundo à sua imagem
Globalmente, existem cerca de dois mil milhões de pessoas nascidas entre 1997 e 2012, que perfazem a Geração Z. O meio laboral já é composto por muitos Zoomers – na América são quase tantos como os Boomers (nascidos entre 1945 e 1964) – e têm muitos pontos a seu favor.
Esta geração está a transformar o mundo do trabalho com o seu forte poder de negociação. Muitos Millennials atingiram a maioridade na sombra da crise financeira global, com um sentimento geral de precariedade e medo de pedir aumentos salariais. A Geração Z parece ter menos receio de se demitir por uma oportunidade melhor, ou apenas de ir com calma e aproveitar a vida.
A alta procura de trabalhadores especializados serve-se do facto de a Geração Z estar a adquirir competências variadas, em vez de focadas numa determinada área. Os Zoomers têm assim um leque de aptidões mais vasto e versátil do que muitas outras gerações.
Os salários destes jovens estão a aumentar a um ritmo muito mais rápido do que os dos trabalhadores mais velhos e a taxa de desemprego nesta faixa etária é a mais baixa das últimas décadas.
Nos Estados Unidos, o rendimento médio de um Zoomer, ajustado aos impostos, excede confortavelmente o de um Millennial (nascido entre 1982 e 1994) ou de uma Geração X (entre 1965 e1981) com a mesma idade, em termos reais.
É verdade que o custo de vida aumentou e a acessibilidade à habitação se agravou desde a década de 1980, mas, graças ao crescimento dos salários da Geração Z, estes jovens acabam por estar ao mesmo nível em que estavam os Millennials há uma década, em alguns dos países mais ricos. Os jovens de hoje podem ainda investir uma maior percentagem do seu salário em poupanças.