Nuno Sampaio, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação do novo executivo, que assumiu funções no início de abril, afirma não haver mudança na questão migratória e na continuidade de uma política externa fortemente orientada pela lusofonia.
Em declarações à UN News, Nuno Sampaio refere querer mais ambição na relação com os países de língua portuguesa e no reforço de vínculos de amizade entre os povos.
«Este governo, naquilo que é a tradição de governos democráticos portugueses, continua de forma estável a relação de amizade com todos os países da lusofonia. Agora queremos ter mais ambição. Eu ligaria isso àquilo que me traz aqui, que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável», declara.
Política migratória “integrada e humanista”
Atualmente, Portugal acolhe mais de 980 mil migrantes o que pode colocar em causa uma eventual política de migração controlada. Há um ano, foi criado um modelo de concessão de autorizações de residência a cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que conta com um portal específico para a atribuição dos títulos.
«Relativamente aos refugiados, Portugal é um país de acolhimento que vai continuar a ser. Este governo, como é tradição de Portugal e este tem no seu programa, acolher quer os refugiados, quer os imigrantes, de forma integrada e humanista. Isso é claro. E em relação a esse aspeto não há qualquer mudança», afirma.
Portugal, aos olhos dos restantes vizinhos europeus, é visto como um território que segue uma trajetória no sentido oposto, pela alta vaga de imigrantes acolhidos nos últimos anos.
Paralelamente, a taxa de envelhecimento é uma das mais altas do continente Europeu. Como uma das apostas do novo governo, Nuno Sampaio fala de uma política com forte cooperação com a lusofonia impulsionada pela «posição geográfica e cultural atlântica e europeia, e a capacidade de construir pontes», a nível da Economia e da cultura.
Em 2021, a CPLP adotou um acordo sobre mobilidade entre os Estados-membros, que passou a fazer parte do quadro de cooperação entre as oito nações do bloco.
Foto: UN News