Vivemos dias estranhos e perigosos. Eis alguns apontamentos da semana.
- Um hospital foi atacado por Israel, diz o Hamas e os media repetem a mensagem como se fosse proveniente de uma fonte segura e respeitável. Pode gostar-se ou não de Israel mas trata-se de uma democracia (mesmo que cada vez imperfeita) com uma imprensa livre e um poder escrutinado. A informação proveniente do Hamas é escrutinada por quem?
- Um tunisino ilegal assassinou cidadãos que se tinham deslocado a Bruxelas assistir a um jogo de futebol. Quantos votos vai este acontecimento render à extrema-direita europeia nas próximas eleições? Dizia Popper que devemos ser tolerantes com tudo menos com os intolerantes. Estaremos a ser tolerantes com os intolerantes?
- Por cá o comentador Carlos Xavier continua enrolado nas declarações supostamente microagressivas. Num mundo agressivo continuamos nas nossas guerras de alecrim e manjerona.
- Esta semana foram publicadas fotos dos combatentes dos Hamas. Pergunto-me se no seu perfeito juízo alguém gostaria de ser governado por estes auto-descritos amantes da morte.
- O soft power europeu tem pouco hard power. Na linguagem de Joseph Nye, criador do conceito, poderíamos dizer que a Europa fica mais fofa que smart. Falta músculo ao continente num mundo crescentemente orientado para o poder da coerção, o poder hard.
- Os ‘ativistas’ do clima continuam a sua cruzada, um misto de convicção, superioridade moral e narcisismo coletivo.