“O segredo da sabedoria, do poder e do conhecimento é a humildade”, já dizia o escritor norte-americano Ernest Hemingway. Essa frase nunca se fez tão atual como nos dias de hoje. Afinal, mercados voláteis, instabilidade política, aumento da concorrência e transformações geradas pelas novas tecnologias compõem a realidade atual. Tais ingredientes também se tornam motivos de discórdias, muitas vezes oriundas do ego e de personalidades antagónicas entre os membros da alta direção das empresas.
Embora o objetivo de todos num conselho de administração seja o mesmo: o de aumentar a produtividade e, consequentemente, a lucratividade da organização, esse ego do “eu sei mais” e “eu tenho mais experiência”, algumas vezes fala mais alto e faz com que qualquer pessoa, inclusive o conselheiro, crie um bloqueio em relação à ideia do outro. Assim, não ouve e não reflete sobre a sugestão alheia. Um comportamento que pode ser perigoso para os negócios, pois apesar de que teoricamente todos admitimos que não sabemos tudo, uma sugestão útil de terceiros pode, sim, despertar filtros internos, que impedem a escuta. Logo, aí vai a primeira dica: valorize os seus pares, ouça com atenção e paciência porque a prosperidade da companhia depende de todos.
Outro movimento importante é atacar o problema e não as pessoas. De nada adianta criar antagonismo junto dos outros conselheiros. Isso somente irá gerar mal-estar e afetará a tomada de decisão. Para isso, é bom ser empático e colocar-se no lugar do outro. Dessa forma, será mais fácil compreender os pensamentos alheios e propor soluções inteligentes.
Enfim, o conselheiro deve ter como ideal a sobrevivência da organização e não as suas ideias pré-concebidas. Mas essa tarefa de “despir-se” do ego não é fácil. Até porque, na maioria das vezes, o sujeito nem percebe que está a ser arrogante e que esse tipo de atitude pode não só prejudicar o relacionamento com os seus pares, mas também o desempenho da empresa e, consequentemente, o lucro.
Logo, para manter o negócio sustentável é importante que o conselheiro conte com o apoio de um coach, pois conversando com esse profissional conseguirá abrir “janelas de oportunidades”. Isto significa que o coach irá desafiar suas perceções, criando situações de aprendizagem, impactando positivamente a lucratividade que ele pode perder por nem perceber que as suas experiências, ideias e motivações filtram o que o outro está a dizer. Afinal, por que razões os campeões de xadrez perdem o título para alguém com muito menos experiência?
Naturalmente, não é preciso concordar com os argumentos dos outros, mas é primordial estar sempre atento às oportunidades. Afinal, a humildade pode ser um dos maiores trunfos a seu favor.
Por: Eliana Dutra, CEO da ProFitCoach, master coach certified pela International Coach Federation (ICF) e sócia-fundadora do Grupo Nikaia