Até ao dia das eleições legislativas, 30 de janeiro, a Líder vai publicar diariamente as opiniões e contributos de várias personalidades a quem foi lançado o desafio de responderem à pergunta: O que precisamos mudar?
Homens, mulheres, jovens, seniores, caucasianos, negros, crentes e não crentes, qualquer que seja a orientação sexual terão a sua opinião na Líder e serão capa.
Na Líder a capa é de todos.
Virgílio Castelo é ator, autor e encenador, tendo sido produtor e consultor de ficção em estações de televisão e produtoras de conteúdos. Fez a sua formação na Escola Superior de Arte Dramática da Universidade de Estrasburgo, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, e estreou-se profissionalmente no primeiro espetáculo realizado em liberdade no nosso país, a 23 de junho de 1974, num texto de revista intitulado Pides na Grelha. Em 2008, publicou O Último Navegador com a chancela de A Esfera dos Livros.
O que eu quero para Portugal?
Que os patrões portugueses sejam mais americanos (empreendedores)
Que os políticos portugueses sejam mais neozelandeses (cumpridores)
Que os jornalistas portugueses sejam mais austríacos (objetivos)
Que os polícias portugueses sejam mais indianos (sorridentes)
Que os professores portugueses sejam mais japoneses (resistentes)
Que os juízes portugueses sejam mais irlandeses (despachados)
Que os padres portugueses sejam mais escoceses (sintéticos)
Que os trabalhadores portugueses sejam mais alemães (produtivos)
Que os advogados portugueses sejam mais dinamarqueses (claros)
Que os poetas portugueses sejam mais brasileiros (quentes)
Que os comerciantes portugueses sejam mais holandeses (frugais)
Que os críticos portugueses sejam mais australianos (desempoeirados)
Que os funcionários públicos portugueses sejam mais ingleses (briosos)
Que os médicos portugueses sejam mais italianos (afetivos)
Que os cozinheiros portugueses sejam mais gregos (clássicos)
Que os agricultores portugueses sejam mais coreanos (inovadores)
Que os ecologistas portugueses sejam mais nova-iorquinos (cosmopolitas)
Que os taxistas portugueses sejam mais canadianos (acolhedores)
Que os economistas portugueses sejam mais egípcios (hieroglíficos)
Que os treinadores portugueses sejam mais suíços (reservados)
Que os banqueiros portugueses sejam mais chineses (presos)
E, já agora:
Que a literatura portuguesa seja menos belga
Que o cinema português seja menos sueco
Que o teatro português seja menos francês
Que a televisão portuguesa seja menos mexicana